Por onde eu começo?
Esse título imenso é só algo que vi pelo twitter, mas que me deixou pensando… Pensando ao ponto de eu largar o celular e ficar encarando a parede fria e escura do meu quarto, por sólidos segundos que pareceram minutos inteiros. Com a aceleração atual da nossa mente, ficar 5 segundos imóvel olhando pra um espaço vazio é o suficiente pra te olharem com preocupação.
Eu mudei mais do que gostaria de admitir. Parte de mim nega isso, mas uma parte que reconheço como a que sempre tenta me sabotar. Então o quão confiável essa negativa é, de verdade?
Me sinto velha demais pra admitir que mudei. Como se houvesse idade pra isso. Me sinto velha demais pra muita coisa. Velha demais pra passar a me exercitar. Pra mudar minha alimentação. Pra mudar de carreira. Pra estudar coisas novas.
Velha demais pra mudar qualquer aspecto que uma Suelen de 20 anos já havia pré-estabelecido. Por quê?
O desconhecido. O medo de passar por algo tão terrível que chega a dar medo de imaginar. É o ponto que a gente se pega pensando “mas qual o pior cenário que poderia acontecer se eu fizer isso?” E o cenário é algo apocalíptico e totalmente não relacionado com a realidade.
O que eu preciso fazer pra mudar de vez? Eu tenho me agarrado muito nas poucas comodidades que minha vida aos 20 me proporcionava. Eram muitas aos 20, poucas hoje. Não quero soar ingrata. Mas em comparação, sim, são bem poucas.
Uma necessidade de mudar sem sair do lugar. Mas estaria mudando de verdade? Ou apenas maquiando uma dor antiga?
Eu sou covarde. Não com os outros, nunca com os outros. Mas comigo mesma. Me negligencio a cada oportunidade dada. Sou covarde.
Mas não quero mais ser.