O blog ta paraaaado… Mas em outro post explico, porque hoje o assunto é outro.
Vocês que me acompanham sabem como adoro fazer tirinhas pra compartilhar situações bobas do meu dia-a-dia na internet. Mas a de hoje de boba e boa, não tem nada.
Vinha pro trabalho essa manhã, meio deprimida como sempre fico já que pra chegar aqui passo por uns bairros cheios de animais de rua. Quando ia entrar numa rotatória super movimentada dado o horário da manhã, vi um cachorro como esse da ilustração tentando atravessar da ilha da rotatória pra rua do outro lado.
Não se preocupem. Ele conseguiu.
E foi tão rápido que a única coisa que eu posso acreditar, é que ele realmente foi protegido por forças invisíveis. Assim como todos os outros animais de rua que, dia após dia, sobrevivem com dificuldade frente ao abandono e ao descaso. Alguns um pouco mais do que os outros.
Um dia desses quem me tem no facebook viu meu desespero pra conseguir lar e ajuda pra um cachorro já adulto que estava com a pata machucada, no pátio da fábrica onde trabalho. Foi numa quinta-feira. Na quinta e na sexta levei comida pra ele, do almoço e de onde mais conseguisse arranjar. Fiz carinho por várias vezes não importando o quanto ele estava sujinho. Sujeira a gente lava depois. Amor é que não dá pra adiar.
Quando, no fim de semana, finalmente encontrei ajuda pra ele, já era tarde. Na segunda-feira fui pra fábrica com ração na bolsa pra descobrir que de alguma forma no sábado ou domingo ele foi embora dali. Até agora não sei como, pois achei que os vigias tomariam conta como já fizeram outra vez com dois gatinhos que estavam por aqui. Mas ele tinha desaparecido mesmo.
Até agora sinto um aperto horrível no peito quando penso nesse cachorro. E muitos outros com que já topei pelas ruas na vida.
O descaso, a maldade, a total indiferença a seres que são infinitamente mais inocentes do que nós, é uma coisa que eu nunca vou conseguir entender na cabeça da maioria das pessoas. Dessas pessoas que passam direto sem dar qualquer importância, quando vêem um animal machucado na rua. Que chutam um gato passante só porque deu vontade. Que atropelam um animal e depois fogem, sem prestar qualquer socorro ou mesmo piscar duas vezes. Afinal é só bicho, né?
Não.
“Bicho” quer dizer animal. Animais todos somos. Só que de raças diferentes.
E parece que a pior raça ficou com o melhor intelecto.
Ou a raça que ficou com o melhor intelecto consequentemente apodreceu e escureceu em algum lugar no meio do caminho.
Mas não dá pra julgar pela raça, óbvio. Alguns poucos de nós ainda vemos esses animais como eles merecem ser vistos. Como semelhantes que precisam de ajuda.
E vamos continuar ajudando.
Não comprem animais. Adotem!