Como vocês já devem estar sabendo pela minha postagem na fanpage do blog, sim. O concurso da Kipling com a Bruna Vieira? Yep. Eu ganhei. Até hoje a ficha não caiu direito porque isso é TÃO incrível, mas sim, eu ganhei. E nossa, quando eu soube eu gritei, chorei, deu um tilt no meu cérebro por alguns longos segundos… Foi tipo, um dos melhores momentos da minha vida junto com o meu primeiro e único aniversário surpresa em 2013, o dia em que eu consegui passar na minha prova de direção depois de 6 provas e dois processos de um ano cada fracassados, o dia da cirurgia de remoção de tumor maligno da minha avó que havia sido um sucesso.
Fiquei tão feliz que sim, entrou pra esse ranking super exclusivo que até então não havia exigido de mim mais que estudo técnico pra conseguir (no caso da prova). Foi a primeira vez que coloquei minha criatividade a prova de forma que eu consegui aprovação máxima. Então é, até agora, palavras não descrevem.
Exceto que essa alegria foi murchada e espancada com um taco bem rápido.
Todos sabemos que pessoas sabem ser más na internet. Até as que não são na ~vida real~, tendo uma ferramenta tão poderosa como as redes sociais, aprendem a ser cruéis pra desabafar sabendo que não haverão quaisquer consequências. E quer saber, eles têm razão.
Já se passou uma semana desde o resultado do concurso, e todos os dias têm sido a mesma coisa.
Entro no facebook, pessoas estranhas na minha caixa de spam do inbox falando que a minha ilustração estava bem ruim e que eu não merecia ter ganho.
Entro no instagram, comentários maldosos de estranhos em várias das minhas fotos, no meu direct, pessoas criando fotos nos seus instagrams pessoais falando como esse concurso foi injusto, comprado, que eu sou rica e comprei o resultado (ok, essa parte bem que eu queria que fosse verdade porque né /desempregada)
Entro no twitter, alguém criou uma conta fake meio boba especialmente pra falar mal do julgamento da kipling em escolher uma mochila tão ruim como a minha, e afirmando que só ganhei porque sou, adivinhem; blogueira.
(A mochila em questão que me custou cerca de um dia e meio em horas somadas pra concluir)
https://instagram.com/p/zayycJzJ3s
Ah, mas o melhor, e que mais me deixou estarrecida, foi a acusação equivocada de que eu infrigi as regras. Vou aproveitar esse post pra esclarecer e talvez conseguir com que você que me acusou disso coloque a mão na consciência e se desculpe pela calúnia.
Criaram uma hashtag (que não teve muita repercussão) pra me tirarem o primeiro lugar, alegando que eu infrigi as regras fazendo reposts. Dois, pra ser mais exata, e que foram apagados rapidamente dias antes da data limite de postagem. Na época eu fiz porque vi todo mundo fazendo (pior coisa, eu sei), e nem me toquei. Mas ainda bem que me toquei bem antes, percebendo que reposts prejudicavam quem fosse postando por último, e como eu percebi? Porque eu entrava todos os dias na hashtag pra ver os novos participantes e ficava profundamente irritada porque não conseguia, só via milhares de repostagens de alguns outros que já havia visto dias atrás) mas não passou pela cabeça de mais ninguém que isso podia ser errado ou que poderia estar prejudicando os outros participantes, ou até pensaram nessa parte e deixaram e continuaram de má fé, pra serem vistos mais do que os outros. Sério que isso não passou pela cabeça de mais ninguém que podia ser, sei lá, errado? E quem é condenada sou eu, uma das poucas pessoas que apagou os reposts bem antes de eles sequer contarem pra alguma coisa (já que os apagados foram só os reposts e portanto não apareceram dentre os quase 3 ou 4 mil novas postagens dos dois dias antes do prazo final)?
Daí fica a dica da próxima; pense nos outros que estão na mesma posição que você numa competição. Quer concorrer, concorra limpo. Aí sim dá alguma moral pra vir falar qualquer coisa sobre seja lá quem vença ao invés de você, e mesmo assim a moral só permanece se você usar argumentos melhores e mais consistentes do que “tinham mochilas melhores”.
Então é, tem sido meio complicado. Nunca lidei com hate na vida porque sempre fui na internet exatamente o que sou na vida real; gente boa, humilde, simpática, altruísta, fiel e você pode ir confirmar com qualquer pessoa que já teve qualquer contato comigo, incluindo meus leitores que são no momento o que eu mais tenho de precioso nesse blog, que é o tanto de apoio que eles têm me dado, e por isso nunca dei motivo pra receber hate. Sério, eu sou uma das pessoas mais tranquilas pra ver o melhor das pessoas que vocês vão conhecer.
Então por tudo isso pode-se dizer que ainda to meio chocada com a capacidade do ser humano de ser ruim simplesmente porque outra pessoa sucedeu ao invés deles em uma coisa. Em um concurso de uma coisa tão pura, artística, e divertida como é o desenho. Uma vez.
E não, não adianta vir comigo com o discurso de “liberdade de expressão”. Porque uma coisa é liberdade de expressão, outra muito muito diferente é uma coisinha chamada discurso de ódio, onde você usa sua opinião não pra firmar uma posição, mas pra maltratar, humilhar, e diminuir outra pessoa ou uma classe/raça/etc. Então não. Apenas pare.
Francamente, como essas pessoas vão encarar a vida quando outros sucederem ao invés deles em outros momentos da sua vida? Porque meu filho isso vai acontecer e muito. Tenham noção, que com relação a desenho, essa é a segunda vez que eu ganhei na vida alguma coisa. A primeira foi quando eu tinha 13 ou 14 anos e um desenho meu de uma ninja do ragnarok foi escolhida dentre outros poucos desenhos pra ser a nova tela de carregamento do servidor em que eu jogava na época. Ganhei 1 milhão de zenys, um chapéu raro, e um pet ainda mais raro da espécie bolinho de arroz e foi in-crí-vel. Mas foi isso, depois disso participei de muitas coisas mais e nada, nunca. Logo é compreensível a felicidade e êxtase que eu senti ao saber que finalmente algo meu foi reconhecido mais uma vez, e que eu ia conhecer cidades de um país maravilhoso com uma pessoa da qual sou fã desde a época do dito ragnarok. Mas alguém quer saber disso? Não.
Muitas pessoas me disseram que eu devia falar algo com a Bruna, afinal os ataques vêm exclusivamente de pessoas declaradamente apaixonadas por ela e pelo trabalho dela.E gente, entendo suas preocupações… Mas não, né? Já estou com vergonha de estar externando todo esse meu incômodo no meu facebook e aqui no blog, não quero colocar a Bruna (que no primeiro dia entrou em contato comigo pra me parabenizar (quase caí pra trás de ver ela falando comigo, diga-se de passagem) e aproveitou pra me dar um toque sobre o assunto e me fazer sentir melhor com relação ás mensagens maldosas que eu já tava recebendo publicamente no instagram dela e da Kipling) e muito menos a Kipling, que ofereceu essa oportunidade incrível igualmente pra todos que participaram. Inclusive, fico com sangue nos olhos quando vejo em alguns desses ataques os direcionados ao julgamento da empresa e da Bruna. Cadê a gratidão por todas as promoções e atividades que ambos promovem sempre? Somem no momento que vocês não são os vencedores da vez? Cês juram que não tem nada de errado com isso?
Pessoas que dão o seu melhor também perdem. Eu já perdi tantas vezes em tantas coisas que perdi a conta. Mas sério, acho que nem quando eu era criança (e olha que eu fui uma peste de má durante uma fase da minha vida) eu atacava pessoalmente alguém que sucedeu em algo que eu também estava tentando. Ninguém que eu conheço já fez algo parecido. É algo realmente chocante pra mim em presenciar e pior, sentir na pele o que agora eu sei que muitas blogueiras (e outras profissões que ganham destaque na mídia como atrizes, cantoras, jornalistas, etc) passam todos os dias em números infinitamente maiores. O psicológico exigido pra se aguentar essas coisas e não correr pra ficar em posição fetal na cama é uma coisa realmente muito punk.
Então pra você aí, que foi uma das pessoas que decidiu espalhar seu ódio gratuito seja pra mim ou pra qualquer outra pessoa em outra situação parecida; como se atreve?
Vou falar de forma bem geral e não aplicado somente a mim porque eu acredito que essa situação seja bem maior que somente eu, mas vou me usar de exemplo em alguns.
Seu valor não se define no que outra pessoa superou você em qualquer coisa. Se define no que você tira dessa derrota. Amargura ou experiência?
Sua visão sobre o que é bom o suficiente ou não, não é a visão universal. Aprenda a lidar com isso pra não ter experiências ruins no mercado de trabalho e na vida pessoal no futuro.
Enviar mensagens anônimas cruéis podem te fazer um bem falso na hora. Mas entenda que o alvo vai continuar com a sua vida e mesmo que sua maldade o tenha atingido na hora, isso logo passa. Sua atitude infantil não. E alimentar algo assim não é a coisa mais esperta que você escolheu fazer.
Já existe muita ruindade no mundo sem precisarmos da impunidade do anonimato da internet. Pessoas sendo más com as outras simplesmente porque sim. (quem nunca sofreu bullying em algum momento na infância, né?)
Se você precisou fazer ataques pessoais pra alguém que sucedeu sobre você em algo não relacionado ao pessoal (como no meu caso, onde uma mocinha super bonita decidiu me chamar de “p**inha do cabelo ruim” a troco de… Bom… Alguma coisa), tem certeza que é com essa pessoa mesmo que você está com raiva? E não do seu sentimento de que não fez o seu melhor como ele ou ela fez?
Se você está irritado porque a pessoa que sucedeu sobre você em algo tem expressado sua felicidade em seus perfis pessoais e por isso enche o peito pra dizer que ele ou ela “precisa ser mais humilde” (yep), reflita e compreenda que não é ela que é desumilde. É você que é invejoso. Totalmente errado seria essa pessoa ir no seu perfil cantar vitória de forma insensível.
Eu sei que todo esse meu discurso não vai fazer você, troll declarado de internet, mudar e evoluir suas atitudes online. Mas com um pouco de esperança penso que pode até fazer você repensar, mesmo que por um segundo. E pra mim isso já basta.
Então vamos pôr a mãozinha na consciência não só quanto a esse caso, meu caso é um dos mais light na verdade! Mas com relação a tudo. Bullying, slut-shaming, vazamento de fotos privadas. Todas essas coisas que talvez um dia sumissem se todos fizessem sua parte em não fazer parte.
Quero deixar claro que esse post me serviu como desabafo e os comentários anônimos estão liberados pra vocês falarem o que quiserem aqui. E que eu to disposta 100% a conversar de forma civilizada com quem quiser.
Mais amor, por favor.
PS: Fiquem com a reação da May-Doo ao saber do resultado do concurso.